Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gerson, Rivellino e Tostão; Pelé e Jairzinho. Como técnico, o bicampeão do mundo Zagallo. Idolatrados pela torcida brasileira, os jogadores da Copa de 1970 formavam um time praticamente impossível de se vencer. Ainda assim, a Seleção Brasileira teve um grande desafio nas quartas de final da Copa do México diante do Peru.

O time que enfrentou o Brasil em solo mexicano era considerado o melhor da história do Peru até então. Sob comando do atacante Teófilo Cubillas, o Peru chegou até as quartas depois de boa campanha na primeira fase. Com duas vitórias e somente uma derrota, para a temida Alemanha Ocidental, a equipe era encarada como uma das surpreendentes forças da Copa, para a qual se classificou eliminando a Argentina. O treinador do time também era um bicampeão do mundo com o Brasil: Didi, o Folha Seca. O artilheiro Cubillas havia deixado sua marca quatro vezes nos três jogos da fase de grupos e prometia ser a principal ameaça contra o Brasil.

A Seleção, por sua vez, já mostrava ao mundo o futebol encantador daquela geração. Foram três vitórias na fase de grupos contra adversários complicados, com oito gols marcados e apenas três sofridos contra Tchecoslováquia, Inglaterra e Romênia. Em todas, algo em comum aconteceu: o atacante Jairzinho marcou. Assim como Cubillas, o brasileiro deixou sua marca em cada uma das partidas da primeira fase e era um dos trunfos para o duelo contra o Peru.

Como prometiam, Brasil e Peru travaram uma grande disputa no Estádio Jalisco. De camisas amarelas e calções azuis, a Seleção Brasileira não demorou a abrir o placar. Aos 11 minutos do primeiro tempo, Tostão escorou para Rivellino soltar um petardo de canhota. Quatro minutos depois, o jogo coletivo dos dois voltou a aparecer. Após passe de Rivellino, Tostão achou um espaço entre o goleiro Luis Rubinos e a trave para ampliar. Não demorou muito, porém, para o Peru reagir na partida. Em lance similar ao do segundo gol brasileiro, Alberto Gallardo superou Félix e descontou.

Na volta do intervalo, o Brasil novamente colocou dois gols de frente no placar, outra vez com Tostão. O meia, à época jogador do Cruzeiro, recebeu passe de Pelé e estufou a rede peruana debaixo do gol vazio. Nem assim o Peru se abateu e Cubillas, aos 25 minutos do segundo tempo, fez o seu quinto gol na Copa do Mundo. A reação dos alvirrubros só foi freada porque, cinco minutos depois, o Furacão da Copa apareceu. Jairzinho, como não poderia deixar de ser, fez o seu gol na partida e decretou a vitória brasileira por 4 a 2.

O Brasil seguiu daquela vitória para o título mundial invicto, com seis triunfos em seis jogos. O Peru, por outro lado, deixou a Copa do Mundo nas quartas de final como uma das únicas equipes, ao lado da Romênia, a fazer mais de um gol na histórica Seleção Brasileira de 1970. Jairzinho terminou a competição com sete gols marcados, na vice-artilharia do torneio, atrás apenas de Gerd Muller, que marcou 10 vezes. O terceiro lugar na lista de artilheiros foi ocupado por Cubillas, com cinco gols, mesma marca que ele iria atingir oito anos depois, na Copa de 1978.

Único jogador a marcar gol em todos os jogos em uma Copa do Mundo, Jairzinho recordou a partida entre Brasil e Peru em 70: