Outra vez com o professor Telê Santana no comando

Outra vez com o professor Telê Santana no comando

Técnico voltou a comandar a Seleção Brasileira com time muito modificado em relação aos “onze de 82”

Delegação brasileira - Copa do Mundo 1986

Delegação brasileira - Copa do Mundo 1986

Créditos: CBF

Brasil 3 x 0 Irlanda - Copa do Mundo 1986

Brasil 3 x 0 Irlanda - Copa do Mundo 1986

Créditos: CBF

Brasil 3 x 0 Irlanda - Copa do Mundo 1986

Brasil 3 x 0 Irlanda - Copa do Mundo 1986

Créditos: CBF

Brasil 1 x 1 França - Copa do Mundo 1986

Brasil 1 x 1 França - Copa do Mundo 1986

Créditos: CBF

Brasil 1 x 1 França - Copa do Mundo 1986

Brasil 1 x 1 França - Copa do Mundo 1986

Créditos: CBF

Brasil 1 x 0 Espanha - Copa do Mundo 1986

Brasil 1 x 0 Espanha - Copa do Mundo 1986

Créditos: CBF

Brasil 1 x 0 Espanha - Copa do Mundo 1986

Brasil 1 x 0 Espanha - Copa do Mundo 1986

Créditos: CBF

Ao reencontrar o seu grupo, nove meses mais tarde, Telê viu-se obrigado a reformular alguns planos. Zico havia sido deslealmente atingido pelo zagueiro Márcio Nunes, do Bangu, em jogo do Estadual do Rio, e dependeria de longa recuperação para disputar a Copa. Falcão e Sócrates também estavam às voltas com contusões e frequentemente fora de forma, deixando de ser unanimidade.

Ao longo dos sete amistosos realizados antes da estreia do Mundial, muita água rolou sob a ponte. A derrota por 3 a 0 para a Hungria, em Budapeste, mostrou que o trabalho estava apenas recomeçando. Logo, Leandro e Renato Gaúcho escaparam da concentração da Toca da Raposa, em Belo Horizonte, onde a Seleção estava concentrada, e acabaram sendo descartados. Leandro, perdoado, voltou, mas solicitou dispensa no dia do embarque para o México, alegando que já não tinha condições para atuar como lateral-direito, como Telê queria. Éder agrediu tolamente um jogador do Peru, em amistoso realizado no Maranhão, e foi dispensado. Oscar perdeu o pique e a posição para Júlio César, novato que se destacara no Guarani de Campinas. Toninho Cerezo e Dirceu, também contundidos, acabaram riscados do mapa.

Zico garantiu vaga em função do esforço extraordinário que fez para manter-se útil e graças à exibição fantástica na vitória de 4 a 2 sobre a Iugoslávia, em Recife, quando marcou três vezes, a última delas driblando a retaguarda adversária inteira. Telê convenceu-se também de que Falcão e Sócrates poderiam ser fundamentais, dada a qualidade do futebol de ambos, e resolveu mantê-los no grupo. Dos 11 que foram titulares no empate em 1 a 1 com a Bolívia, em junho de 1985, no último jogo das Eliminatórias, apenas Carlos, Édson, Edinho, Júnior, este deslocado para o meio-campo, Sócrates, Careca e Casagrande iniciaram na partida de estreia no Mundial, contra a Espanha, em Guadalajara.

O Brasil venceu a Espanha e a Argélia, ambas por 1 a 0, a primeira com Sócrates escorando de cabeça rebote do goleiro Zubizarreta, a segunda com Careca aproveitando indecisão da zaga, e superou a Irlanda do Norte com um folgado 3 a 0, garantindo a vaga com tranquilidade. Na segunda fase, o time de Telê goleou a Polônia por 4 a 0, jogando bom futebol, como sugere o resultado, embora o importante tenha sido o fato de o treinador encontrar a formação mais próxima do ideal. Alguns novatos, como Josimar, Branco, Alemão e Müller, começaram a surpreender e Careca desandou a marcar. Josimar destacou-se com dois gols antológicos, quase iguais, com chutes sem ângulo, pelo lado direito, o primeiro contra os britânicos, o segundo contra os poloneses. Aos que o criticavam por manter dois cabeças-de-área, Telê lembrava que a equipe não havia levado um único gol nas quatro partidas. E, na prática, com ou sem cães de guarda, o Brasil só foi eliminado pela França por causa de uma série de fatos bizarros que fugiram ao controle do técnico. A França possuía um punhado de jogadores experientes e de boa qualidade, mas o time de Telê fez 1 a 0 e vinha muito bem no jogo, até que num cruzamento fortuito de Rocheteau a bola resvalou em Edinho, oferecendo-se para Michel Platini igualar. O Brasil continuou melhor e pressionava, quando Zico, que acabara de substituir Sócrates, fez belo lançamento para Branco, que driblou o goleiro e foi derrubado na área por Joel Bats. Zico bateu nas mãos do goleiro. Veio a prorrogação e a disputa por pênaltis. Júlio César e Sócrates desperdiçaram. Bruno Bellone chutou o seu na trave, mas a bola bateu nas costas de Carlos e entrou. E Luiz Fernandez estabeleceu o 4 a 3 definitivo. Dias depois, a FIFA informou em comunicado que o árbitro romeno se equivocara ao validar o pênalti de Bellone. Restava tal consolo e a certeza de que a roda da fortuna tinha cismado de não premiar Telê Santana e toda uma geração de craques em Copas do Mundo.

OS JOGOS

01/06/1986

BRASIL 1 x 0 ESPANHA

Competição: Copa do Mundo.

Local: Estádio Jalisco, em Guadalajara (México). Público: 35.748 espectadores.

Árbitro: Christopher Francis Bambridge (Austrália). Assistentes: David Stanley Socha (Estados Unidos), Johannes Nicolaus Ignacius Keizer (Holanda).

Cartão Amarelo: Julio Alberto, Branco.

Gol: Sócrates (cabeça), aos 61.

BRASIL: Carlos, Édson Boaro, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Júnior (Falcão, aos 79) e Sócrates; Careca e Casagrande (Müller, aos 66). Treinador: Telê Santana da Silva.

ESPANHA: Zubizarreta, Tomas, Muñoz, Goicoetxea e Camacho; Maceda, Michel González e López (Señor, aos 82); Butragueño, Julio Alberto e Julio Salinas. Treinador: Miguel Muñoz Mozún..

06/06/1986

BRASIL 1 x 0 ARGÉLIA

Competição: Copa do Mundo.

Local: Estádio Jalisco, em Guadalajara (México). Público: 47.000 espectadores.

Árbitro: Rómulo Méndez Molina (Guatemala). Assistentes: Joël Quiniou (França), José Luis Martínez Bazán (Uruguai).

Gol: Careca, 66.

BRASIL: Carlos, Édson Boaro, (Falcão, aos 11), Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Sócrates e Júnior; Careca e Casagrande (Müller, aos 60). Treinador: Telê Santana da Silva.

ARGÉLIA: Drid, Medjadi, Said, Megharia e Mansouri; Guendouz, Assad (Bensaoula, aos 67), Mabrouk e Menad; Belloumi (Zidane, aos 80) e Madjer. Treinador: Rabah Saddane.

12/06/1986

BRASIL 3 x 0 IRLANDA DO NORTE

Competição: Copa do Mundo.

Local: Estádio Jalisco, em Guadalajara (México). Público: 51.000 espectadores.

Árbitro: Siegfried Kirschen (Alemanha Oriental), George Courtney (Inglaterra), Idrissa Traoré (Mali).

Cartão Amarelo: Donaghy, aos 12.

Gols: Careca, aos 14; Josimar, aos 42; Careca, aos 87.

BRASIL: Carlos, Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Sócrates (Zico, aos 68) e Júnior; Müller (Casagrande, aos 28) e Careca. Treinador: Telê Santana da Silva.

IRLANDA DO NORTE: Pat Jennings, Nicholl, McDonald, O’Neill e Donaghy; Campbell (Armstrong, aos 67), McIllroy, McCreery e Stewart; Clarke e Whiteside (Hamilton, aos 71). Treinador: William Laurence Bingham.

16/06/1986

BRASIL 4 x 0 POLÔNIA

Competição: Copa do Mundo.

Local: Estádio Jalisco, em Guadalajara (México). Público: 45.000 espectadores.

Árbitro: Volker Roth (Alemanha). Assistentes: Antonio Márquez Ramírez (México), Alan Snoddy (Irlanda do Norte).

Cartão Amarelo: Dziekanowski, Boniek, Smolarek, Careca, Edinho.

Gols: Sócrates (pênalti), aos 29; Josimar, aos 56; Edinho, aos 78; Careca (pênalti), aos 83.

BRASIL: Carlos, Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Sócrates (Zico, aos 70) e Júnior; Müller (Silas, aos 74) e Careca. Treinador: Telê Santana da Silva.

POLÔNIA: Mlynarczyk, Wojcicki, Przybys (Furtok, aos 39), Majewski e Ostrowski; Tarasiewicz, Karas, Urban (Zmuda, aos 82) e Dziekanowski; Boniek e Smolarek. Treinador: Antoni Piechniczek.

21/06/1986

FRANÇA 1 x 1 BRASIL

Pênaltis: França 4 x 3 Brasil

Competição: Copa do Mundo.

Local: Estádio Jalisco, em Guadalajara (México). Público: 65.000 espectadores.

Árbitro: Ioan Igna (Romênia). Assistentes: Vojtech Christov (Tchecoslováquia), Lajos Németh (Hungria).

Cartão Amarelo: Edinho.

Gols: Careca, aos 17; Platini, aos 41.

Pênaltis: 0:0 Socrates (defendeu Bats); 1:0 Stopyra; 1:1 Alemão; 2:1 Amoros; 2:2 Zico; 3:2 Bellone; 3:3 Branco; 3:3 Platini (perdeu); 3:3 Julio César (chutou na trave); 4:3 Fernandez.

BRASIL: Carlos, Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Sócrates e Júnior depois Silas aos 91’; Müller depois Zico aos 71’ e Careca. Treinador: Telê Santana da Silva.

FRANÇA: Bats, Amoros, Tusseau, Battiston e Bossis; Giresse (Ferreri, aos 87), Platini, Fernandez e Rocheteau (Bellone, aos 99); Tigana e  Stopyra. Treinador: Henri Michel.

PATROCINADORES

Seleção Brasileira Nike Guaraná Antartica Vivo Itaú Neoenergia Mastercard Gol Cimed Pague Menos TCL Semo Technogym Core Laser Mectronic Kin Analytics